Alice Sant'Anna
Parece montagem, mas não é. O Photoshop foi usado apenas para realçar as cores das fotos do editorial retratado a quatro mãos, em Oslob, nas Filipinas, pelo fotógrafo subaquático Shawn Heinrichs e pelo fotógrafo de moda Kristian Schmidt. De resto, acredite, a interação das modelos com o tubarão-baleia é real e faz parte do projeto Whale Shark Fashion.
Em seu site, bluespheremedia.com, Heinrichs explica: “A ideia era destacar a magnificência dessas criaturas e trazer beleza para um público global. Nosso desafio era transformar modelos em sereias e criar imagens hipnotizantes que capturassem a conexão única entre os humanos e o maior peixe do oceano.”
Para organizar o projeto, Heinrichs e Schmidt se encontraram pela primeira vez em novembro do ano passado. Convidaram, para a viagem, um time de mergulhadores, um estilista e duas modelos com atributos um tanto específicos: Roberta Mancino, paraquedista, e Hannah Fraser, modelo subaquática profissional. O objetivo era alertar a população para a importância de proteger os animais, a partir de uma estética atraente, glamourosa.
Apesar do tamanho intimidador — pode medir mais de 12 metros e pesar até 13 toneladas —, o animal se alimenta basicamente de plâncton e é bem amigável com os humanos. A maior ameaça, na verdade, é dos humanos com a espécie: todo ano, de acordo com a organização WildAid (wildaid.org/sharks), cerca de 73 milhões de tubarões morrem depois que são jogados de volta ao mar sem a barbatana.
Extremamente cobiçada na medicina tradicional e em celebrações na China, verdadeiro símbolo de status, a nadadeira tem um custo altamente predatório. Soma-se ao comércio da barbatana a pesca, a poluição e a colisão com barcos, outros causadores da diminuição progressiva do peixe.
Vale lembrar que há formas pacíficas de tornar o animal, digamos assim, “rentável”: os passeios turísticos ajudam a conscientização, além de ser um enorme atrativo para o público. Isso ajuda, possivelmente, a resguardar a quantidade de espécies de tubarão em risco de extinção.
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